sábado, 11 de dezembro de 2010

Um até já...

Bom fim-de-semana caros leitores,
Informamos que não iremos publicar mais nenhum texto este período. Isto porque vamos entrar de férias, sendo que as últimas semanas de aulas destinam-se a apresentações e avaliações. Mas não se esqueça de nós, pois iremos voltar em força já em 2011, com muitas informações interessantes sobre o Mundo do Emprego em SJM!
Um feliz natal e um bom ano novo a todos! J

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Migrações pendulares de e para SJM: causadas pelo emprego?

Neste subtema abordaremos o subtema das migrações pendulares. Na nossa análise incidiremos principalmente nas migrações pendulares para o Porto, devido à sua grande importância no concelho. Esta é apenas comparável com a das migrações para os concelhos vizinhos, que não vamos abordar, devido à sua muito curta distância.

Causas das migrações pendulares para o Porto:
Para muitos dos sanjoanenses, a rotina diária das idas e voltas para o Porto começa na entrada para a universidade. Isto porque a Universidade do Porto é a maior universidade portuguesa, existindo ainda outras instituições do ensino superior importantes no Porto. Isto contrasta com a situação no EDV, em que o ensino superior encontra-se muito pouco desenvolvido. Assim sendo, o Porto acaba, naturalmente, por atrair muitos dos sanjoanenses que procuram formação superior.
Mas não é só nos tempos de estudante que os sanjoanenses se deslocam diariamente para a cidade Invicta… Muitos dos sanjoanenses optam por trabalhar no Porto, Gaia, Matosinhos, Maia, principalmente os que possuem mais qualificações, pois há uma notória falta de empregos qualificados no EDV.
Contudo, nem todos se deslocam para a Invicta da mesma forma. Partimos agora para uma análise às formas possíveis dos sanjoanenses fazerem essa viagem.
Ir para o Porto de automóvel:
São muitos, provavelmente a maioria, os que fazem esta viagem através do seu automóvel. Mas nem todos optam pelo mesmo percurso…
 Um dos mais utilizados desde sempre foi a auto-estrada A1. Os automobilistas utilizam a N223 para chegar de SJM até à Feira, onde entram na A1, em direcção ao Porto. Contudo, este trajecto apresenta dois problemas: tem uma portagem de 1,30€ e tem bastante trânsito, nomeadamente no percurso SJM – Feira da N223.
Todavia, a construção das Scut A29 e A44 veio retirar algum tráfego a esta alternativa. Isto porque estas estradas permitiam percorrer o trajecto Feira – Gaia também sempre em auto-estrada, mas não pagando portagem. Mas esta situação acabou em Outubro de 2010, com a introdução de portagens nestas Scut. Assim sendo, este último percurso passou a ter 0,45€ de portagem, pelo que o número de automóveis a fazer SJM – Porto pela A29/A44 é agora inferior. Mas este percurso continua a ser atractivo, devido:
·         Ao facto da portagem deste percurso ser muito inferior à cobrada na A1;
·         Às isenções e descontos concedidos pelo governo para as portagens das antigas Scut: o concelho sanjoanense está abrangido por este regime de isenções;
·         À localização do pórtico de portagem na A29: no percurso que os condutores têm que percorrer na A29 e A44 existe apenas um pórtico de portagem, localizado em Francelos. Este pórtico passou a ser contornado por muitos dos automobilistas, que, para isso, utilizam estradas secundárias, evitando o pagamento da portagem.
Outro trajecto bastante utilizado pelos sanjoanenses é o IC2/N1, que tem como vantagens não só o não pagamento de portagens mas também o facto de ser o trajecto mais directo para o Porto. Mas tem desvantagens: percorrem-se 20km fora de auto-estrada; o trânsito do IC2/N1 aumentou bastante nos últimos tempos, devido às portagens nas Scut.

Actualmente são estas três as alternativas mais utilizadas para chegar ao Porto, mas brevemente surgirá uma nova: está a ser construída a A32, auto-estrada Carvalhos – Oliveira de Azeméis, que terá uma ligação, também em auto-estrada, ao concelho de SJM, auto-estrada que finalmente tornará possível ir de SJM ao Porto sempre por auto-estradas. É uma grande mais-valia para o concelho, mesmo sendo esta nova auto-estrada portajada.
Ir para o Porto de transportes públicos:
Para todos os que não possam ou não queiram deslocar-se de automóvel para o Porto, as carreiras da Transdev são a única opção existente. A Transdev faz esta ligação de forma frequente, quer no percurso SJM – Feira – Porto (via A1), quer no percurso SJM – Lourosa – Carvalhos – Porto (via IC2/N1). A cada dia útil existe, no mínimo, uma carreira por hora entra as 7h e as 20h, sendo que nas horas de ponta o número de carreiras é superior. Quanto aos preços, o bilhete simples custa 3,65€. Contudo, existe uma promoção que faz com que, no caso da compra do passe social, cada bilhete fique a 1,59€. Deste modo, a Transdev pode ser uma boa forma de poupar nestes tempos de crise!
Em síntese…
Para todos os que trabalham/estudam no Porto e residem no concelho ou vice-versa, existem já boas alternativas, e melhores serão quando for inaugurada a A32. Mas continua a faltar a ligação ferroviária entre a zona urbana do EDV e o Porto. É algo de que já se fala há muito tempo, mas que nunca foi para a frente, pois, incompreensivelmente, a ferrovia foi esquecida no nosso país… Esperemos que, quando chegarem melhores dias, o EDV venha a ter um comboio para o Porto. É um investimento que a região merece!


quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Viagens de ida e volta...

Bom dia,

O próximo tema que iremos abordar é as ''Migrações Pendulares de e para SJM - Causadas pelo emprego?''.

Já sabe o que tem que fazer, é aparecer na próxima segunda-feira e ler o nosso texto semanal. Apareça!

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

O problema do desemprego e do emprego precário na cidade

Esta semana analisamos estes dois problemas nacionais, mas sempre sob um ponto de vista regional.

O desemprego:
Como referido na introdução, a taxa de desemprego de SJM é de 10,2% (dados de 2009). Comparativamente, o desemprego em SJM é maior do que em Arouca, Vale de Cambra e Oliveira de Azeméis, mas é menor do que em Santa Maria da Feira.

Já a totalidade da região Norte tem uma taxa de desemprego de 11,9%, bem acima da sanjoanense, sendo a região do país com mais desemprego. Quanto à taxa média nacional, essa era, em 2009, de 10,4% (dados do Eurostat).

SJM está, portanto, inserida numa sub-região em que o desemprego é inferior à média da região Norte e à nacional, o que espelha o dinamismo económico do EDV. No entanto, tem um desemprego ligeiramente superior à média do EDV, devido a casos como o da Oliva, que atirou 184 trabalhadores para o desemprego em Abril, com a insolvência da empresa.

Casos de desemprego como este têm motivado grandes filas no centro de emprego de SJM. É um cenário frequente no período matinal, pois este centro de emprego é o único que serve uma população de cerca de 300 mil habitantes, dos municípios do EDV, bem como do de Castelo de Paiva.

Apresentamos agora outros dados do desemprego na cidade:
  • 56,4% dos desempregados são mulheres;
  • A maioria (42,3%) tem entre 35 e 54 anos;
  • Quanto as habitações literárias,   27,8% têm o 1º ciclo, 18,9% o 2º ciclo, 19,1% o 3º ciclo, 20,8% o ensino secundário e 8,4% um curso superior. 5% dos desempregados nem sequer completaram o 1º ciclo;
  • 92,9% dos desempregados procuram um novo emprego, enquanto que 7,1% procuram o 1º emprego.
 O centro de emprego da cidade

Contudo, convém não esquecer os dados apresentados até agora escondem certas situações, como os inscritos em formações, os que desistiram de procurar emprego… Nestes casos, a população não é desempregada mas sim inactiva. SJM tem a quarta maior taxa de actividade do país (66,2%), o que mostra uma menor expressão das situações referidas no concelho, relativamente ao resto do país.

Em suma, SJM, apesar de todo o seu dinamismo económico, tem registado, tal como todo o país, um aumento do desemprego. São, mesmo assim, de salientar os dados da taxa de actividade, que mostram que o concelho está relativamente bem em termos de emprego!

O emprego precário:
Recordando o nosso inquérito, no grupo dos trabalhadores por conta de outrem entrevistados 84,3% estão efectivos, 15% contratados a prazo e 0,8% trabalham a recibos verdes. Há, portanto, uma taxa de precariedade de 15,7% na cidade/região. Esta taxa é, a nível nacional, de 22%, pelo que este é um problema menor em SJM do que no país, mas preocupante, pois está a agravar-se.

Este agravamento percebe-se em tempos de crise, em que o clima de incerteza quanto ao futuro da economia reina nos empresários, que, portanto, optam prudentemente por contratar a prazo, para não ficarem tão “presos” à opção que fizeram de contratar trabalhadores.

Segundo a CGTP, há 3 locais no concelho onde grande parte dos trabalhadores são precários: o centro comercial 8ª Avenida, a Faurecia e a Trecar. Contudo, a Faurecia justifica o facto de ter muitos trabalhadores a contrato pela forte variação do volume de encomendas que existe no ramo da empresa (automóvel). De facto, os contratos a prazo foram criados para estas situações, e não para quando os trabalhadores têm funções permanentes. No entanto, o 8ª Avenida recorre a eles, mesmo tendo sempre o mesmo número de trabalhadores.

Este crescimento da precariedade é também visível no aumento das inscrições nas empresas de trabalho temporário (ETT) da cidade. Mas as empresas também procuram cada vez mais trabalhadores temporários, o que faz com que as ETT digam que “há emprego, (…) as pessoas é que não querem”. Será algum do desemprego motivado pela preguiça e/ou excessiva selectividade de alguns dos desempregados? Cremos que sim.
A Adecco, uma das ETT com delegação na cidade

Para terminar, realçamos o facto de apenas 0,8% dos sanjoanenses trabalharem a recibos verdes, valores muito abaixo dos 10% da média nacional, o que é de louvar, pois os recibos verdes são a forma mais inaceitável de precariedade. É mais uma prova da competitividade das empresas da cidade, que não necessitam de recorrer aos recibos verdes!

Em conclusão…
No concelho de SJM e em todo o país o desemprego e o emprego precário são um grave problema social. Todavia, o importante é não desistir. Não desistirem os desempregados, uma vez que algumas empresas necessitam de contratar e não conseguem. Não desistirem os precários, tentando convencer os seus patrões a efectivarem-nos. E não desistirem os responsáveis nacionais e locais de tentar mitigar estes problemas sociais, não obstante a contenção orçamental!

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Procura-se emprego efectivo...

Bom dia caros leitores,

O nosso próximo subtema é o problema do desemprego e do emprego precário em SJM, um problema que diz muito a todos nós. Quem é que não tem um desempregado ou um precário na família? Infelizmente, quase ninguém…

Por isso, apareça no nosso blogue segunda-feira para ler mais um texto sobre o nosso projecto.  

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Qualificação dos empregos na cidade

Esta semana vamos detalhar a nossa análise a este subtema, estudando os problemas e as soluções.

 Instituto de Línguas, uma instituição que qualifica os sanjoanenses

Os problemas:
A população de SJM tem baixos níveis de escolaridade e de qualificações. Isto foi visível no nosso inquérito, em que 20,2% dos entrevistados só completaram a escolaridade primária e unicamente 15,6% possuem um curso superior.
Segundo o Plano Estratégico do Desenvolvimento Local da CM-SJM, existem também outros problemas:
  • Um desajuste entre ''o sistema nacional de educação e formação profissional'' e as empresas;
  • Uma desvalorização do ensino profissional em detrimento de ''percursos educativos generalistas'';
  • As resistências dos empresários e da população activa formação profissional;



Um exemplo de um emprego não qualificado na cidade

As soluções:
Felizmente são muitos os projectos que tentam inverter este problema. Aqui ficam alguns:

àRequalificação da Escola Básica e Secundária Oliveira Júnior e novas instalações da Secundária João da Silva Correia:
A nossa Oliveira Júnior está em requalificação: no final das obras a capacidade da escola aumentará para 65 turmas. Todas as salas terão videoprojector e um terço terá quadro interactivo. Depois deste investimento, esta será uma escola vocacionada para a ciência, com dez laboratórios e três salas de informática.
Já a João da Silva Correia vai ter casa totalmente nova. Será, nas férias de Natal, transferida para as novas instalações, na Mourisca. Terá excelentes condições: 22 gabinetes para professores, vários laboratórios…
São dois excelentes projectos, que aumentarão a capacidade de formação e qualificação das escolas da cidade!

àCentro Tecnológico do Calçado (CTC) e Centro de Formação Profissional da Indústria do Calçado (CFPIC):
Estas instituições respondem especificamente às necessidades de formação do tradicional ramo do calçado, tentando torná-lo mais qualificado.
O CTC tem um sector de formação que se destina à mão-de-obra das fábricas de calçado. Colabora com as empresas para a qualificação dos seus recursos humanos.
Já o CFPIC faz principalmente formações destinadas aos jovens estudantes, dinamizando cursos com equivalência ao 9º ano e ao secundário. A qualidade da sua formação está patente nos prémios que tem recebido em concursos internacionais de calçado. Deste modo, o CFPIC prova que o sector do calçado na cidade tem muito futuro, se se apostar na qualificação!

àCrescimento dos cursos profissionais na cidade:
As escolas sanjoanenses oferecem cada vez mais cursos profissionais – cursos de dupla certificação, em que se faz o secundário enquanto se obtém qualificação profissional, o que não inviabiliza o eventual prosseguimento de estudos.
A oferta formativa ao nível destes cursos é definida pelas escolas em parceria com a autarquia e com empresas locais, para que cada aluno possa realizar a sua Formação em Contexto de Trabalho e para que os cursos tenham empregabilidade.
A nosso ver, esta é uma boa aposta que permite aos alunos a obtenção de qualificações suficientes para fugir ao desemprego, mesmo sem frequentar o ensino superior.

àEscola Superior Aveiro Norte (ESAN):
Inaugurada em 2004, a ESAN é uma escola politécnica vocacionada para os ramos de actividade económica mais importantes no EDV. Está provisoriamente instalada no centro de Oliveira de Azeméis.
Esta escola dinamiza a licenciatura em Tecnologia e Design de Produto e está especializada em Cursos de Especialização Tecnológica – cursos pós-secundários não superiores que visam a aquisição do nível 4 de formação profissional – que funcionam em vários concelhos do norte do distrito.
É mais uma instituição que tenta qualificar a população desta região. Esperemos que com as novas instalações aumentem os cursos e, consequentemente, os licenciados formados pela instituição!

àCentro Local de Aprendizagem (CLA) de SJM da Universidade Aberta (UAb):           
Muitos não sabem mas a UAb é uma instituição de ensino superior público que lecciona à distância – e-learning. Disponibiliza formação superior aos que já se encontram a trabalhar, promovendo a aprendizagem ao longo da vida.
Este CLA está instalado no Centro Empresarial e Tecnológico e pretende aproximar a UAb à população do EDV, aumentando as suas qualificações!

Um exemplo de um emprego qualificado na cidade

Em conclusão…
Face a todos os problemas apresentados, são indispensáveis todas estas iniciativas. No entanto, falta ainda a actuação na mudança das mentalidades de grande parte da população, que ainda pensa que “burro velho não aprende línguas”. Não basta a existência de cursos, é também necessário que a população se inscreva neles!
Esperemos que isto não seja esquecido, pois só a formação pode aumentar a produtividade dos trabalhadores e, assim, inverter o facto de os salários desta região estarem abaixo da média nacional!

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Vem aí um texto muito qualificado...

Bom dia caros leitores. Informamos que o tema que iremos expôr na segunda-feira é a qualificação dos empregos na nossa cidade de São João da Madeira.
Por isso já sabe, venha aqui na próxima semana visitar o nosso blogue e deixe um comentário, não tenha vergonha!

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Distribuição do emprego pelos sectores de actividade

Neste texto semanal iremos pormenorizar a abordagem à estrutura sectorial da economia sanjoanense, que já foi iniciada na introdução ao tema

O sector primário:

Sendo São João da Madeira um concelho urbano, este sector (onde se inserem actividades como a agricultura, a silvicultura, as pescas, a pecuária e a caça) emprega 0% da população (dados do nosso inquérito).

No entanto, existem na cidade algumas explorações agrícolas de pequena dimensão, cuja produção se destina maioritariamente ao autoconsumo. Estas localizam-se nas zonas mais periféricas do concelho.

O sector secundário:

Este sector (que engloba a indústria transformadora, a construção e a produção de energia) emprega 33,9% dos sanjoanenses (dados do inquérito). O seu peso no emprego do concelho tem diminuído bastante: segundo um trabalho de investigação de Maria de Lurdes Torres, todo o EDV tem assistido “a uma redução da importância relativa da indústria transformadora” na sua economia e “a um reforço do peso relativo de algumas actividades de serviços” – terciarização da economia. Mesmo assim, a indústria continua a ser fulcral para o concelho, contribuindo para 61,7% do volume de negócios em SJM.

Relativamente à indústria do calçado, esta é tradicionalmente muito forte em SJM. Este concelho é a sede do Centro Tecnológico do Calçado e do Centro de Formação Profissional da Industria do Calçado. Mas apesar dos esforços destas entidades para a modernização das indústrias de calçado, o seu processo produtivo ainda é predominantemente manual, os trabalhadores pouco qualificados e a produtividade relativamente baixa. Mesmo assim, esta indústria consegue produzir calçado de elevada qualidade, destinado essencialmente à exportação, sendo, por isso, estas empresas competitivas, apesar de tudo.

Mas há vida para além dos sapatos: têm emergido novas indústrias, em ramos como a metalúrgica, a borracha e os plásticos, com dimensão e produtividade bastante superior às das indústrias tradicionais. Estas têm aumentado a dinâmica da economia sanjoanense.

Pelo que já foi exposto por nós, é fácil concluir que este sector, não obstante a sua dinâmica, tem como grande problema actual a insuficiência de investimento em Investigação e Desenvolvimento (I&D), o que se deve à excessiva concentração da indústria em sectores tradicionais e à fraca qualificação escolar e profissional da mão-de-obra e dos empresários.

E como inverter esta situação? Destacamos duas das tentativas de resolução deste problema das entidades responsáveis:

  •       Criação do Centro Empresarial e Tecnológico (CET) – Inaugurado em 2008, é uma incubadora de empresas com base tecnológica. Tem-se revelado um sucesso, pois no edifício de CET estão instaladas 28 empresas com base tecnológica, onde foram criados 120 postos de trabalho, 70% dos quais pertencentes a quadros com cursos superiores.
  •       Projecto Sanjonet: rede de inovação e competitividade – Este será um sistema “promotor do desenvolvimento de uma cidade viva e empreendedora ao serviço do conhecimento e da inovação tecnológica”, que integrará vários parceiros, que vão desde a autarquia às escolas secundárias. A Sanjonet desenvolverá múltiplas acções, com vista ao aumento da inovação e da qualificação dos trabalhadores nas indústrias de SJM.
São, na nossa opinião, boas iniciativas, que decerto trarão resultados positivos para o concelho.

O sector terciário:

Este sector (onde se incluem os diversos serviços) emprega 66,1% da população sanjoanense. Em SJM, destaca-se neste sector o comércio, actividade desempenhada por 36% das empresas do concelho.
Como referido previamente, em toda a região tem-se assistido a um aumento do peso dos serviços no emprego e na criação de riqueza. Esta dinâmica deste sector deve-se principalmente:
  • Ao potencial geográfico da localização de SJM – esta cidade ocupa uma posição central no eixo urbano Oliveira de Azeméis – SJM – Santa Maria da Feira, sendo um local com enorme potencial para projectos comerciais, como o Centro Comercial 8ª Avenida. Este centro, inaugurado em Setembro de 2007, serve uma população de mais de 300 000 habitantes numa área de influência de 20 minutos, tendo contribuído para o aumento da terciarização da economia sanjoanense.
  • À existência de uma variada gama de serviços qualificados no concelho – A força da indústria de calçado no concelho levou ao surgimento de vários serviços, que vão desde os directamente relacionados com o calçado (como a fotografia publicitária, o CAD/CAM e o design/modelismo) até aos relacionados com a indústria em geral (como a auditoria e a consultadoria).

SJM é, portanto, cada vez mais a cidade do comércio e dos serviços, que se destinam a todo o espaço circundante, o que acaba por compensar o declínio do sector industrial na cidade.

Em suma…

Esta cidade, que se insere numa sub-região bastante importante no contexto nacional, pode desenvolver ainda muito mais o seu sector secundário e terciário. Porém, isto só é possível se os empresários da cidade/região se mentalizarem que o investimento, quer em inovação tecnológica quer na qualificação da sua mão-de-obra, é a melhor solução para enfrentar o futuro. É esta a missão dos nossos empresários, das entidades responsáveis e, no fundo, de cada um dos sanjoanenses!

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Na próxima segunda-feira...


Queremos informar os visitantes do nosso blogue que o próximo tema do nosso projecto é sobre a distribuição dos sectores de actividade pela cidade de São João da Madeira. 

Iremos explorar a importância de cada sector da actividade económica de São João da Madeira, bem como fazer a caracterização de cada sector, procurando transmitir informação relevante para o nosso tema. 

Não perca o texto da próxima segunda-feira porque nós também não. =D

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Inquérito à população empregada sanjoanense

Está pronto o inquérito! Entre 31 de Outubro e 4 de Novembro saímos à rua, aqui em São João da Madeira, fazendo algumas perguntas à população. Agradecemos a todos os que contribuíram. Eis os resultados mais importantes:

Começando pelas habilitações literárias da população, estas são, em geral, bastante baixas na população sanjoanense. 60,6% da população tem um nível de escolaridade igual ou inferior ao 3º Ciclo do Ensino Básico (9º ano); 23,9% tem o Ensino Secundário concluído (12º ano) e apenas 15,6% possuem um curso superior. Este é o factor que se revelou mais preocupante no inquérito, uma vez que condiciona a criação de emprego bastante qualificado e tecnológico na cidade. Analisaremos este factor com muito mais pormenor numa das próximas semanas.
                                                                         
Passemos à situação laboral dos sanjoanenses. Os trabalhadores por conta de outrem são os que predominam, com 87%; já os trabalhadores por conta própria são 13%. No grupo dos trabalhadores por conta de outrem, 84,3% encontram-se na situação de efectivos. Isto mostra que felizmente o problema do emprego precário ainda não é muito preocupante na nossa cidade e que a maioria dos sanjoanenses terá, em princípio, o seu emprego seguro por vários anos.
Este facto foi corroborado quando perguntámos directamente aos entrevistados se pensam que têm o seu emprego seguro por vários anos: 2/3 afirmaram que sim.
Questionámos também a população acerca do sector de actividade onde trabalham. Como seria de esperar numa cidade/região bastante urbana, nenhum dos inquiridos disse trabalhar no sector primário (agricultura). Mas a surpresa veio nos sectores secundário e terciário: o secundário (indústria e construção civil) emprega 33,9% dos inquiridos e o terciário (comércio e serviços) 66,1%. No entanto, na introdução que fizemos anteriormente apresentámos dados de 2005 que referiam que 62% dos sanjoanenses trabalhavam no sector secundário e 38% no terciário. Esta questão dos sectores de actividade na economia do concelho será analisada em pormenor na próxima semana.
Na questão do número médio de horas que trabalha por semana, uma parte significativa dos entrevistados, 49,3%, afirmou trabalhar de 38 a 43 horas semanais, o que está em linha com o horário normal de trabalho das 40h semanais. Todavia, muitos têm que trabalhar mais do que 43 horas semanais (35,6% dos inquiridos), fazendo horas extraordinárias ou tendo um segundo emprego (8,3% dos inquiridos afirmaram que tinham 2 ou mais empregos).
Uma das questões mais importantes do nosso inquérito foi a do número de pessoas que trabalhavam na empresa onde os inquiridos trabalham. 42,7% dos inquiridos responderam que a empresa onde trabalham emprega menos de 10 pessoas, isto é, que a empresa é uma microempresa. Já 52,2% dos inquiridos afirmaram que na empresa trabalham de 10 a 250 pessoas, situação que corresponde às PME (pequenas e médias empresas). O tecido empresarial da cidade/região é, assim, caracterizado pelo grande número de micro-PMEs, que predominam relativamente às grandes empresas, empregando a maior parte da população.

Pretendíamos também saber se os horários de trabalho dos sanjoanenses são predominantemente fixos e à semana ou se trabalhavam por turnos, à noite, ao sábado ou ao domingo. 11,6% dos inquiridos trabalham por turnos; 15,1% trabalham à noite; 30,8% trabalham ao sábado e 17,1% ao domingo. Os horários de trabalho fixos e à semana corresponderão, portanto, à maioria. No entanto, não nos deixou de surpreender o elevado número de pessoas que dizem trabalhar ao sábado, o que estará relacionado com a terciarização da economia do concelho.
Numa economia onde cada vez mais mudar de emprego é frequente, interrogámos também os sanjoanenses acerca do número de empregos que já tiveram durante a sua vida. O maior valor relativo foi o dos que apenas tiveram um emprego, com 32,2%. Já 24,7% dos entrevistados responderam que tiveram dois empregos e 16,4% que tiveram 3 empregos. Contudo, 9,6% afirmaram já ter tido mais do que cinco empregos na sua vida. Concluímos que o problema da instabilidade laboral não é muito grave no concelho, sendo necessários esforços para que este não se agrave.
Passando à parte final do inquérito, 78,6% dos inquiridos dizem gostar do seu emprego, 98,2% têm um bom ambiente de trabalho na sua empresa e 80,1% pensam que a sua empresa não está em dificuldades financeiras neste momento. São factores bastante positivos do emprego da cidade/região, que nos fazem acreditar que a recessão que se avizinha não terá efeitos muito graves nesta zona do país.
Em conclusão, o nosso inquérito revelou um mercado laboral bastante dinâmico, onde o principal desafio é tentar aumentar as habilitações escolares e as qualificações profissionais da população. É caso para dizermos aos responsáveis: “Mãos à obra”!


quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Preparem-se...


Queremos avisar os nossos visitantes que na próxima segunda-feira não iremos publicar o nosso texto semanal devido ao feriado. Mas não vamos descansar! Este fim-de-semana prolongado vamos fazer um inquérito à população empregada sanjoanense, portanto preparem-se, que vamos invadir a cidade!

E não se esqueçam de nós, porque na segunda-feira dia 8 vamos publicar os resultados do nosso inquérito! =D

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Introdução ao tema

A cidade de São João da Madeira situa-se na região Norte, sub-região Entre Douro e Vouga. Pertence à Grande Área Metropolitana do Porto e ao distrito de Aveiro. Tem 21 762 habitantes (estimativa para 2008). No entanto, a população da sua área urbana, que se estende para além dos limites do concelho, é de cerca de 50 mil habitantes.

É o menor município português em área (apenas 8,11 km²), que correspondem à área da cidade de São João da Madeira. Tem uma elevada densidade populacional – 2601,97 habitantes/km².

É a maior cidade do chamado “Eixo Urbano do Entre Douro e Vouga (EDV) ” – a zona mais dinâmica do EDV, que corresponde ao contínuo urbano Santa Maria da Feira - S. João da Madeira - Oliveira de Azeméis, onde as três cidades se complementam entre si.

Quanto aos transportes, a cidade é atravessada pelo IC2 (antiga EN1). Está a 8km da A1. Brevemente terá uma ligação ao Porto sempre por auto-estrada, com a construção da A32 (Carvalhos – Oliveira de Azeméis).


Economia e emprego na cidade:

Neste concelho o emprego distribui-se pelos sectores de actividade da seguinte forma (dados de 2005): o sector primário contribui praticamente para 0% do emprego; o sector secundário contém 62% dos empregos; já o sector terciário contém 38%. A taxa de desemprego no concelho, segundo uma notícia do jornal SOL de 7 de Maio de 2010, é de 10,2%, estando em linha com a média nacional.

O forte sector secundário é dominado pelas PME (estas concentram 74% do emprego no concelho) e está organizado em quatro zonas industriais, destacando-se a das Travessas. Existe também o Centro Empresarial e Tecnológico (CET), uma incubadora de empresas tecnológicas, que têm promovido o emprego qualificado na cidade.

Contudo, a indústria que predomina na cidade é a do calçado. São João da Madeira é a “Capital do Calçado”, pois existiam na cidade, em 2008, 68 fábricas de calçado: é a quinta maior concentração do país. Para além disso, situa-se em S. J. Madeira a sede do Centro Tecnológico do Calçado (CTC) e do Centro de Formação Profissional da Indústria do Calçado (CFPIC).

E o que distingue as indústrias de calçado sanjoanenses das restantes? De acordo com Vasco Eiriz, autor de um estudo sobre a indústria de calçado em Portugal, a indústria sanjoanense utiliza sobretudo o fabrico manual, sem recurso a tecnologias. Todavia, produz calçado de um elevado nível de qualidade, que se destina aos segmentos de mercado superiores. Desta forma, as fábricas de calçado sanjoanenses são exportadoras e competitivas.

A indústria da chapelaria também é um prato forte em S. J. Madeira. Situa-se no concelho a Fepsa, que é a única empresa em Portugal e das poucas no mundo que fabricam os feltros utilizados na produção de chapéus de feltro: os feltros sanjoanenses da Fepsa são reconhecidos mundialmente. Por outro lado, situa-se em S. João da Madeira o Museu da Chapelaria, que é único na Península Ibérica.

É também de referir que a única fábrica de lápis do país – a Viarco – situa-se no concelho sanjoanense, tendo também um grande contributo para a sua economia.

Passemos ao sector terciário. Apesar de este concentrar apenas 38% dos empregos existentes em S. J. Madeira (dados de 2005), esta cidade é o maior pólo comercial do EDV. As zonas mais comerciais da cidade são a Praça Luís Ribeiro e zona pedonal envolvente (onde predomina o comércio tradicional) e a Avenida Renato Araújo (onde o pequeno comércio coexiste com o Centro Comercial Oitava Avenida, que tem 133 lojas e é o maior centro comercial do EDV).

Apesar do dinamismo económico da cidade, os salários auferidos pelos sanjoanenses não são os melhores, sendo este o principal problema da economia da cidade. Segundo dados de 2008, o salário médio no concelho era de 865,60€, valores bastante abaixo da média nacional (1071,60€). Já comparando apenas com a região do EDV, este é o segundo valor mais baixo, apenas atrás do concelho de Arouca, que tem um salário médio de 666,60€.


Qualidade de vida na cidade:

Tendo em conta as características da cidade de São João da Madeira a vários níveis, um estudo do Instituto de Tecnologia Comportamental, em parceria com o jornal SOL, realizado entre Dezembro de 2009 e Março de 2010, distinguiu o concelho sanjoanense como o melhor município para se viver, entre os 20 concelhos analisados pelo estudo. Neste foram analisados dez domínios da qualidade de vida: esta cidade liderou três deles (felicidade, ensino/formação e acessibilidades/transportes) e só não se posicionou no top 10 em dois deles (diversidade/tolerância e urbanismo/habitação).

É de notar que no domínio da economia/emprego, que analisamos neste projecto, esta cidade posicionou-se no 5º lugar do ranking. É sem dúvida uma boa posição, mas que mostra que ainda há muito por onde melhorar!