segunda-feira, 28 de março de 2011

Conclusão – Outras perspectivas políticas acerca do emprego na cidade

Neste que é o último texto semanal do nosso projecto, não queríamos terminar sem divulgar também as opiniões dos restantes partidos com representação na Assembleia Municipal de SJM quanto ao emprego na cidade.

Para isso vamo-nos basear nos programas políticos que cada um destes partidos apresentou à população aquando da campanha eleitoral para as eleições autárquicas de 2009.

A perspectiva do CDS-PP:

À semelhança do que acontece com o actual executivo camarário e com a JS-SJM, os centristas apresentam também uma grande preocupação com a atracção de empresas e de emprego para a cidade.

Neste sentido, uma das propostas de Dina Rocha, que se candidatou pelo CDS à presidência da autarquia em 2009, era a integração de SJM em “redes multi-municipais de apoio ao empreendedorismo”, isto é, a criação, em toda a região, de uma rede que facilitasse o espírito de iniciativa empresarial, proporcionando aos empresários sistemas de garantia mútua, capital de risco…

Outro aspecto importante para a criação de emprego na cidade era, para a candidata deste partido, a criação de “uma incubadora de empresas e/ou ideias de base tecnológica, a localizar num parque empresarial que forneça serviços de suporte administrativo de apoio à gestão”. Trata-se de uma ideia que, sem dúvida, faz lembrar o projecto de criação e ampliação do Centro Empresarial e Tecnológico que a autarquia desenvolve actualmente.

Outra ideia do CDS é o apoio da criação de emprego social pelas IPSS. Para Dina Rocha, aspectos como a prestação de cuidados continuados aos mais idosos e a criação de novos centros de noite seriam importantes, na medida em que, para além de apoiarem os mais desfavorecidos, levam à criação dos empregos necessários ao desenvolvimento destas actividades.

Por último, é de referir que o CDS, ao contrário da JS, acha importantíssima a atracção do ensino superior para o concelho sanjoanense. Dina Rocha propôs-se a “captar o ensino superior para a cidade, nomeadamente o tecnológico para que se possa ligar com as redes de empreendedorismo”. A existência de ensino superior em SJM seria, para os centristas, muito positiva, desde que fosse integrada com as entidades empregadoras e contribuísse para a qualificação das empresas da cidade.

A perspectiva da CDU:

Esta coligação centrou a sua última campanha eleitoral em casos como o da defesa da Urgência do hospital da cidade ou da extinção da empresa municipal “Águas de S. João”. Mostrou-se, portanto, menos preocupada com a implementação de medidas de apoio ao emprego e ao empreendedorismo do que os restantes partidos.

Contudo, Jorge Cortez, que foi o candidato da coligação à presidência da autarquia de SJM, não deixou de apresentar algumas propostas neste domínio:

  • Criação, na própria estrutura da Câmara Municipal, de um departamento que apoie as empresas em aspectos como a organização, as tecnologias, a inovação…
  • Implementação de um serviço de apoio aos desempregados que, juntamente com o centro de emprego, os ajude na procura de emprego;
  • Colocação de obstáculos à criação de grandes superfícies na cidade e incentivo ao comércio tradicional, na medida em que os comunistas defendem que a substituição do comércio tradicional pelo retalho moderno leva à destruição de emprego.

A perspectiva do BE:
Já o Bloco de Esquerda mostrou-se mais preocupado do que a CDU com as questões do combate ao desemprego. O elevado desemprego que já se verificava no país motivou um conjunto de propostas no domínio do emprego, apresentadas por Pedro Pardal (candidato bloquista à Câmara Municipal de SJM, em 2009):

  • Cedência, por parte da autarquia, de terrenos a baixo custo às empresas que queiram fixar-se no concelho de SJM;
  •  Desenvolvimento de um programa de reabilitação urbana e habitacional na cidade: a autarquia compraria edifícios devolutos a preços justos, recuperá-los-ia e depois recolocaria essas habitações no mercado do arrendamento, o que, segundo os responsáveis do partido, criaria bastantes empregos e revitalizaria o mercado do arrendamento da cidade;
  • Lançamento de um programa de apoio à instalação de novas empresas e de diversificação industrial: este programa incentivaria as novas empresas que criassem postos de trabalho permanentes (com vínculos efectivos) em ramos de actividade fora da fileira calçado; as empresas apoiadas não poderiam distribuir quaisquer dividendos durante o período em que deles beneficiassem;
  • Lançamento das chamadas “iniciativas locais de criação de emprego”, isto é, de projectos de criação de emprego em áreas como a produção cultural, o património cultural e as tecnologias de informação e de comunicação.

É de notar que o facto de o BE ser bastante crítico quanto às políticas da autarquia no domínio do emprego fez com que as propostas apresentadas se caracterizassem não tanto pelo apoio aos empresários mas principalmente pela criação de emprego de iniciativa pública. Contudo, não deixa de ser curioso verificar que a primeira medida referida vai de encontro ao objectivo do projecto de ampliação da Zona Industrial das Travessas do actual executivo camarário.

Em conclusão…

Caros leitores, é com este artigo que terminamos a primeira e grande fase do nosso projecto, da publicação semanal dos nossos artigos sobre o mundo do emprego em SJM. Aproveitamos para agradecer a todos os que de uma maneira ou outra, contribuíram para o sucesso desta fase do nosso projecto.

Contudo, não é um adeus mas sim um até já. Voltaremos no 3º período onde, apesar de não publicarmos os nossos textos semanais (uma vez que iremos desenvolver acções destinadas à comunidade escolar), continuaremos a divulgar aqui no blogue e também no facebook todas as acções que forem realizadas por nós. Continue a acompanhar este projecto!