quinta-feira, 3 de março de 2011

Férias de Carnaval

Bom dia caros leitores, como estão a ler, na próxima segunda-feira vamos estar de férias por isso não iremos publicar, como habitualmente, o nosso texto semanal.

Divirta-se muito no Carnaval, que nós iremos fazer o mesmo! J

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Instituições sanjoanenses – Centro de Formação Profissional da Indústria do Calçado

Continuando a nossa série de textos sobre instituições que desempenham um papel importante no que diz respeito ao emprego na cidade, chegou a vez de darmos a conhecer o Centro de Formação Profissional da Indústria do Calçado (CFPIC). 

Aproveitamos para agradecer a disponibilidade da Dra. Fátima Martins, Coordenadora Pedagógica do Centro de Novas Oportunidades do CFPIC, para a entrevista que nos concedeu.

História do CFPIC:


O CFPIC é uma instituição que conta já com 45 anos de história: este foi criado em 1965, para a resolução das grandes carências que a indústria de calçado evidenciava nessa década, em termos de formação profissional. As suas primeiras instalações situavam-se no Palacete dos Condes, em SJM. Mas, uma vez que as fábricas de calçado registaram uma dispersão geográfica cada vez maior nos anos 60, 70 e 80 do século XX, o CFPIC criou também pólos nas localidades de Oliveira do Douro, de Felgueiras, dos Carvalhos, de Guimarães, da Benedita e de Oliveira de Azeméis.

Porém, as décadas de 1990 e 2000 ficaram marcadas pelo encerramento da maioria dos pólos do CFPIC. Isto ocorreu “por uma questão de rentabilização de recursos e tendo em conta que hoje a mobilidade é superior a que existia anteriormente”. A estas duas razões acrescenta-se uma terceira, que é o facto de o Centro ter adquirido várias unidades móveis de formação, que fazem com que o CFPIC continue a desenvolver formações na Benedita e em Viana, mesmo não tendo pólos nessas localidades.

O CFPIC, na actualidade:

Hoje em dia o CFPIC tem apenas dois pólos, em SJM e em Felgueiras. De entre estes dois pólos, o que apresenta uma maior procura por parte da população local é, segundo Fátima Martins, “sem dúvida o de SJM”. Estando ambos os pólos inseridos em áreas industriais em que o ramo do calçado tem um papel de relevo, a região de Felgueiras distingue-se por “incidir mais no fabrico do calçado” e por ter também “outras industrias ali próximas que absorvem facilmente as pessoas”. Assim, existe maior facilidade de encontrar emprego não qualificado em Felgueiras, pelo que existe uma menor procura de formação por parte da população.



Ambos estes pólos são Centros Novas Oportunidades e disponibilizam vários tipos de formação. Os cursos de educação/formação de jovens destinam-se aos jovens que desejem concluir o 9º ou o 12º ano através de um curso que lhes ensine uma determinada profissão. Os cursos EFA destinam-se principalmente a adultos desempregados, pois os centros de emprego encaminham os desempregados para estes cursos. Já a formação modular é procurada essencialmente “por pessoas empregadas que estão activas e que querem evoluir”.

Sendo o CFPIC um Centro Novas Oportunidades, confrontámos Fátima Martins com a fama que os cursos Novas Oportunidades têm de serem demasiado facilitistas. Esta considera que estes cursos “são postos em causa, muitas vezes, por pessoas que não tem conhecimento sobre o assunto ou que concebem apenas o sistema de ensino nos moldes tradicionais, não perspectivando outro tipo de ensino”. “Não considero que estes cursos sejam assim tão fáceis, no nível secundário não são tão simples quanto muitos querem fazer crer, o nível secundário já é complexo”.


Existe outro aspecto que faz com que o CFPIC seja fortemente criticado por vários empresários do ramo do calçado: o Centro tem mais formandos a frequentar cursos de modelação e de estilismo do que cursos relacionados com as actividades tradicionais de produção, sendo que as empresas de calçado dizem ter dificuldades quando tentam contratar estes últimos profissionais. Ora, Fátima Martins argumenta que “a nossa actividade está condicionada pela procura, pelas exigências e interesses da população. Nós não temos pessoas interessadas para o fabrico do calçado! Por exemplo, os jovens sentem-se mais atraídos para o design ou para a informática, e não tanto para o fabrico do calçado”.

É também de referir que o Centro tem estado presente em várias feiras internacionais de calçado, como a Micam e a GDS. Estas presenças têm três fins: a actualização do CFPIC, pois nestas feiras os responsáveis pelo Centro podem descobrir as novidades e as tendências do ramo do calçado, a nível mundial; a divulgação do trabalho e da criatividade dos estilistas em formação no Centro; o facto de possibilitar tanto aos profissionais do centro como aos alunos o conhecimento do mercado internacional e globalizado.


Por último, há que referir os vários prémios que alunos do Centro têm recebido em vários concursos, que se traduzem no reconhecimento do trabalho realizado pelo CFPIC. Em 2008, Marco Egídio, do curso de Modelação e Design de Calçado, e Rosário Alves, do curso de Modelação de Calçado e Marroquinaria, ganham o 1º e 2º prémios na categoria “Homem” do prémio internacional Sulle Orme Del Cuoio; em 2009, uma equipa do curso de Electrónica de Equipamento ganhou o 2º prémio no concurso ROBOPARTY da Universidade do Minho: são apenas dois exemplos dos muitos prémios que o CFPIC tem recebido.

Em suma…

O Centro de Formação Profissional da Indústria do Calçado, por tudo o que referimos, dá um contributo excepcional para as indústrias de calçado na cidade, sendo um impulsionador da componente criativa deste sector, que é a que torna este ramo de actividade um ramo de elevado valor acrescentado e de elevado potencial de desenvolvimento. Assim sendo, desejamos as maiores felicidades ao Centro, nomeadamente no que diz respeito à resolução dos problemas de financiamento e de sobrelotação que hoje existem!