quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Vem aí um texto muito qualificado...

Bom dia caros leitores. Informamos que o tema que iremos expôr na segunda-feira é a qualificação dos empregos na nossa cidade de São João da Madeira.
Por isso já sabe, venha aqui na próxima semana visitar o nosso blogue e deixe um comentário, não tenha vergonha!

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Distribuição do emprego pelos sectores de actividade

Neste texto semanal iremos pormenorizar a abordagem à estrutura sectorial da economia sanjoanense, que já foi iniciada na introdução ao tema

O sector primário:

Sendo São João da Madeira um concelho urbano, este sector (onde se inserem actividades como a agricultura, a silvicultura, as pescas, a pecuária e a caça) emprega 0% da população (dados do nosso inquérito).

No entanto, existem na cidade algumas explorações agrícolas de pequena dimensão, cuja produção se destina maioritariamente ao autoconsumo. Estas localizam-se nas zonas mais periféricas do concelho.

O sector secundário:

Este sector (que engloba a indústria transformadora, a construção e a produção de energia) emprega 33,9% dos sanjoanenses (dados do inquérito). O seu peso no emprego do concelho tem diminuído bastante: segundo um trabalho de investigação de Maria de Lurdes Torres, todo o EDV tem assistido “a uma redução da importância relativa da indústria transformadora” na sua economia e “a um reforço do peso relativo de algumas actividades de serviços” – terciarização da economia. Mesmo assim, a indústria continua a ser fulcral para o concelho, contribuindo para 61,7% do volume de negócios em SJM.

Relativamente à indústria do calçado, esta é tradicionalmente muito forte em SJM. Este concelho é a sede do Centro Tecnológico do Calçado e do Centro de Formação Profissional da Industria do Calçado. Mas apesar dos esforços destas entidades para a modernização das indústrias de calçado, o seu processo produtivo ainda é predominantemente manual, os trabalhadores pouco qualificados e a produtividade relativamente baixa. Mesmo assim, esta indústria consegue produzir calçado de elevada qualidade, destinado essencialmente à exportação, sendo, por isso, estas empresas competitivas, apesar de tudo.

Mas há vida para além dos sapatos: têm emergido novas indústrias, em ramos como a metalúrgica, a borracha e os plásticos, com dimensão e produtividade bastante superior às das indústrias tradicionais. Estas têm aumentado a dinâmica da economia sanjoanense.

Pelo que já foi exposto por nós, é fácil concluir que este sector, não obstante a sua dinâmica, tem como grande problema actual a insuficiência de investimento em Investigação e Desenvolvimento (I&D), o que se deve à excessiva concentração da indústria em sectores tradicionais e à fraca qualificação escolar e profissional da mão-de-obra e dos empresários.

E como inverter esta situação? Destacamos duas das tentativas de resolução deste problema das entidades responsáveis:

  •       Criação do Centro Empresarial e Tecnológico (CET) – Inaugurado em 2008, é uma incubadora de empresas com base tecnológica. Tem-se revelado um sucesso, pois no edifício de CET estão instaladas 28 empresas com base tecnológica, onde foram criados 120 postos de trabalho, 70% dos quais pertencentes a quadros com cursos superiores.
  •       Projecto Sanjonet: rede de inovação e competitividade – Este será um sistema “promotor do desenvolvimento de uma cidade viva e empreendedora ao serviço do conhecimento e da inovação tecnológica”, que integrará vários parceiros, que vão desde a autarquia às escolas secundárias. A Sanjonet desenvolverá múltiplas acções, com vista ao aumento da inovação e da qualificação dos trabalhadores nas indústrias de SJM.
São, na nossa opinião, boas iniciativas, que decerto trarão resultados positivos para o concelho.

O sector terciário:

Este sector (onde se incluem os diversos serviços) emprega 66,1% da população sanjoanense. Em SJM, destaca-se neste sector o comércio, actividade desempenhada por 36% das empresas do concelho.
Como referido previamente, em toda a região tem-se assistido a um aumento do peso dos serviços no emprego e na criação de riqueza. Esta dinâmica deste sector deve-se principalmente:
  • Ao potencial geográfico da localização de SJM – esta cidade ocupa uma posição central no eixo urbano Oliveira de Azeméis – SJM – Santa Maria da Feira, sendo um local com enorme potencial para projectos comerciais, como o Centro Comercial 8ª Avenida. Este centro, inaugurado em Setembro de 2007, serve uma população de mais de 300 000 habitantes numa área de influência de 20 minutos, tendo contribuído para o aumento da terciarização da economia sanjoanense.
  • À existência de uma variada gama de serviços qualificados no concelho – A força da indústria de calçado no concelho levou ao surgimento de vários serviços, que vão desde os directamente relacionados com o calçado (como a fotografia publicitária, o CAD/CAM e o design/modelismo) até aos relacionados com a indústria em geral (como a auditoria e a consultadoria).

SJM é, portanto, cada vez mais a cidade do comércio e dos serviços, que se destinam a todo o espaço circundante, o que acaba por compensar o declínio do sector industrial na cidade.

Em suma…

Esta cidade, que se insere numa sub-região bastante importante no contexto nacional, pode desenvolver ainda muito mais o seu sector secundário e terciário. Porém, isto só é possível se os empresários da cidade/região se mentalizarem que o investimento, quer em inovação tecnológica quer na qualificação da sua mão-de-obra, é a melhor solução para enfrentar o futuro. É esta a missão dos nossos empresários, das entidades responsáveis e, no fundo, de cada um dos sanjoanenses!