quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Produtos sanjoanenses na terra do Tio Sam!

Bom dia caros leitores, informamos que os produtos da empresa do nosso próximo artigo já passaram por Hollywood e pela cabeça de famosos como Robert de Niro e Johnny Deep. Sim, é da Fepsa que estamos (e vamos) falar.

Por isso já sabe o que tem que fazer: visitar o blogue na próxima segunda-feira para ler sobre mais um caso de sucesso na cidade.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Empresas sanjoanenses - Netos

Cá está mais um caso de uma empresa de sucesso da “Capital do Calçado”, desta vez a fábrica de calçado Netos, que conta com mais de meio século de história. Para caracterizarmos esta empresa contamos com uma entrevista a José Neto, a qual aproveitamos para agradecer.

História da empresa:
Foi em 1957 que nasceu a fábrica de calçado Netos, pela mão de Augusto e Domingos Neto. Na altura a empresa trabalhava apenas para Portugal e produzia apenas calçado infantil. Contudo, esta empresa tinha a ambição de crescer, o que a levou à busca de novos mercados para os seus produtos, pelo que em 1969 a Netos começou a exportar para as ex-colónias, nomeadamente Angola e Moçambique.

Mesmo assim, na década de 70, a empresa continuou a sua procura de novos mercados, aventurando-se pelo continente europeu. “Começámos na Inglaterra, em Londres, e fomos por aí fora, Alemanha, França, Itália”, afirmaram José e Domingos Neto.

Esta aposta, enquanto foi possível, foi feita mantendo a exportação para as ex-colónias. Mas nos anos 80 ocorreu a descolonização, pelo que “o negócio [naqueles países] começou a ficar muito complicado”. Deste modo, foi necessário tomar a decisão de deixar aquele mercado, reforçando a aposta nos países europeus, com o início da participação da Netos em feiras internacionais de calçado. Aposta esta que continuou nas décadas de 1990 e 2000, tendo tido grande êxito e tendo feito crescer bastante a empresa desde a sua fundação.

A Netos, na actualidade:

Em consequência de todo este sucesso, hoje em dia a Netos emprega cerca de 100 trabalhadores directamente, somando-se mais 40 a 50 em empresas subcontratadas. E quase todos os sapatos produzidos por estes trabalhadores destinam-se ao mercado externo, já que a Netos teve “muitas dificuldades em cobranças” nas encomendas destinadas a Portugal, o que não aconteceu no estrangeiro.

E não se pense que a Netos não continua à procura de novos mercados: “Vamos tentar a Rússia (…) e a América [EUA] ”, sublinhou José Neto. Para esta busca de novos mercados é fulcral a presença da empresa em feiras internacionais de calçado. A Netos está presente não só na Micam, feira realizada anualmente em Milão, Itália, mas também na GDS, que se realiza em Dusseldorf, Alemanha. Presenças estas que facilitam o acesso a novos clientes que possam estar interessados em comprar o calçado desta empresa sanjoanense.

E quais os tipos de calçado que a empresa produz e expõe nestas feiras? A colecção da Netos já não se reduz ao calçado de criança: “Basicamente fazemos 70% calçado de senhora e 30% criança”, isto porque houve, desde a criação da empresa, grande flexibilização da produção da empresa, para que a Netos pudesse produzir tudo o que os seus clientes necessitavam.

Todavia, há uma característica que é comum nos sapatos fabricados pela Netos: todos os sapatos são feitos com materiais que garantem um elevado nível de conforto a quem os calça. É isto que assegura o elevado valor acrescentado dos produtos produzidos pela empresa, o que se traduz uma grande mais-valia para a empresa, pois salvaguarda-a da concorrência dos países com mão-de-obra muito barata. “Trabalhamos com sapatos com muito conforto, em que o consumidor já não vai às lojas da China procurar calçado, vai às lojas onde nós vendemos”, garantiu José Neto.

Questionámos também os administradores da Netos acerca das suas expectativas para este ano de 2011. Estes não se revelaram muito optimistas, devido quer ao aumento das matérias-primas que prevêem que irá acontecer e que os irá afectar negativamente, quer aos problemas na indústria de curtumes, que obriga a Netos a importar estes materiais, correndo maiores riscos de atraso nas entregas dos curtumes. De resto, a Netos está confiante de que não vai registar uma quebra nas encomendas neste ano, uma vez que grande parte dos seus “clientes são de há 40 anos” e têm grande fidelidade à empresa.

E toda esta fidelidade existe porque esta empresa sempre imprimiu a maior correcção nos negócios, obtendo parcerias que resistem ao passar dos anos. Mas existe também outro factor que tem sido determinante para o sucesso da Netos: esta empresa tem sido, desde sempre, gerida pela mesma família, o que a tem afastado de conflitos de gestão. Trata-se, portanto, de uma empresa estável, unida em torno de um objectivo.




Em suma…
Este caso de sucesso no sector empresarial sanjoanense só foi possível porque a Netos apercebeu-se de algo que algumas empresas em Portugal ainda não sabem: que o futuro da economia portuguesa está na exportação de produtos de elevado valor acrescentado, e que só com qualidade é possível sobreviver à ascensão dos novos países industrializados, onde a mão-de-obra é muitíssimo mais barata do que nosso país, mas onde não há capacidades para produzir em qualidade.
Esperemos que todos os empresários do país vejam também que produzir em quantidade é na China, mas que produzir em qualidade pode e deve ser em Portugal! ctor do calçado em Portugal. ,..tugal. amente no.