quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Viagens de ida e volta...

Bom dia,

O próximo tema que iremos abordar é as ''Migrações Pendulares de e para SJM - Causadas pelo emprego?''.

Já sabe o que tem que fazer, é aparecer na próxima segunda-feira e ler o nosso texto semanal. Apareça!

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

O problema do desemprego e do emprego precário na cidade

Esta semana analisamos estes dois problemas nacionais, mas sempre sob um ponto de vista regional.

O desemprego:
Como referido na introdução, a taxa de desemprego de SJM é de 10,2% (dados de 2009). Comparativamente, o desemprego em SJM é maior do que em Arouca, Vale de Cambra e Oliveira de Azeméis, mas é menor do que em Santa Maria da Feira.

Já a totalidade da região Norte tem uma taxa de desemprego de 11,9%, bem acima da sanjoanense, sendo a região do país com mais desemprego. Quanto à taxa média nacional, essa era, em 2009, de 10,4% (dados do Eurostat).

SJM está, portanto, inserida numa sub-região em que o desemprego é inferior à média da região Norte e à nacional, o que espelha o dinamismo económico do EDV. No entanto, tem um desemprego ligeiramente superior à média do EDV, devido a casos como o da Oliva, que atirou 184 trabalhadores para o desemprego em Abril, com a insolvência da empresa.

Casos de desemprego como este têm motivado grandes filas no centro de emprego de SJM. É um cenário frequente no período matinal, pois este centro de emprego é o único que serve uma população de cerca de 300 mil habitantes, dos municípios do EDV, bem como do de Castelo de Paiva.

Apresentamos agora outros dados do desemprego na cidade:
  • 56,4% dos desempregados são mulheres;
  • A maioria (42,3%) tem entre 35 e 54 anos;
  • Quanto as habitações literárias,   27,8% têm o 1º ciclo, 18,9% o 2º ciclo, 19,1% o 3º ciclo, 20,8% o ensino secundário e 8,4% um curso superior. 5% dos desempregados nem sequer completaram o 1º ciclo;
  • 92,9% dos desempregados procuram um novo emprego, enquanto que 7,1% procuram o 1º emprego.
 O centro de emprego da cidade

Contudo, convém não esquecer os dados apresentados até agora escondem certas situações, como os inscritos em formações, os que desistiram de procurar emprego… Nestes casos, a população não é desempregada mas sim inactiva. SJM tem a quarta maior taxa de actividade do país (66,2%), o que mostra uma menor expressão das situações referidas no concelho, relativamente ao resto do país.

Em suma, SJM, apesar de todo o seu dinamismo económico, tem registado, tal como todo o país, um aumento do desemprego. São, mesmo assim, de salientar os dados da taxa de actividade, que mostram que o concelho está relativamente bem em termos de emprego!

O emprego precário:
Recordando o nosso inquérito, no grupo dos trabalhadores por conta de outrem entrevistados 84,3% estão efectivos, 15% contratados a prazo e 0,8% trabalham a recibos verdes. Há, portanto, uma taxa de precariedade de 15,7% na cidade/região. Esta taxa é, a nível nacional, de 22%, pelo que este é um problema menor em SJM do que no país, mas preocupante, pois está a agravar-se.

Este agravamento percebe-se em tempos de crise, em que o clima de incerteza quanto ao futuro da economia reina nos empresários, que, portanto, optam prudentemente por contratar a prazo, para não ficarem tão “presos” à opção que fizeram de contratar trabalhadores.

Segundo a CGTP, há 3 locais no concelho onde grande parte dos trabalhadores são precários: o centro comercial 8ª Avenida, a Faurecia e a Trecar. Contudo, a Faurecia justifica o facto de ter muitos trabalhadores a contrato pela forte variação do volume de encomendas que existe no ramo da empresa (automóvel). De facto, os contratos a prazo foram criados para estas situações, e não para quando os trabalhadores têm funções permanentes. No entanto, o 8ª Avenida recorre a eles, mesmo tendo sempre o mesmo número de trabalhadores.

Este crescimento da precariedade é também visível no aumento das inscrições nas empresas de trabalho temporário (ETT) da cidade. Mas as empresas também procuram cada vez mais trabalhadores temporários, o que faz com que as ETT digam que “há emprego, (…) as pessoas é que não querem”. Será algum do desemprego motivado pela preguiça e/ou excessiva selectividade de alguns dos desempregados? Cremos que sim.
A Adecco, uma das ETT com delegação na cidade

Para terminar, realçamos o facto de apenas 0,8% dos sanjoanenses trabalharem a recibos verdes, valores muito abaixo dos 10% da média nacional, o que é de louvar, pois os recibos verdes são a forma mais inaceitável de precariedade. É mais uma prova da competitividade das empresas da cidade, que não necessitam de recorrer aos recibos verdes!

Em conclusão…
No concelho de SJM e em todo o país o desemprego e o emprego precário são um grave problema social. Todavia, o importante é não desistir. Não desistirem os desempregados, uma vez que algumas empresas necessitam de contratar e não conseguem. Não desistirem os precários, tentando convencer os seus patrões a efectivarem-nos. E não desistirem os responsáveis nacionais e locais de tentar mitigar estes problemas sociais, não obstante a contenção orçamental!