quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Tecnologia em destaque no nosso blogue

Bom dia amigos leitores, o nosso próximo texto é sobre uma empresa de base tecnológica, instalada no Centro Empresarial e Tecnológico, que tem tido um crescimento enorme nos últimos anos - a Creativesystems.

Contem com uma entrevista a um dos colaboradores e com alguns dados sobre a empresa.

Apareça na próxima segunda-feira no nosso blogue para saber mais sobre esta fantástica empresa!

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Empresas sanjoanenses - Oliva

Neste novo período que se inicia, os nossos textos semanais partem para uma análise a casos marcantes no panorama empresarial da cidade de SJM. Começamos com um dos grandes motores da economia da cidade no passado: a Oliva.

Da fundação até aos “anos de glória”:
Foi em 1925 que SJM viu nascer a Oliva, empresa que inicialmente se dedicava às indústrias da fundição, serralharia, serração e carpintaria mecânica. Não tardaria muito até que, em 1934, esta fábrica se aventurasse em novas áreas de negócio: produção de fogões, ferros de engomar, radiadores e tornos de bancada. Aposta esta que viria a ter uma grande aceitação pelo mercado, proporcionando o capital necessário à realização de novos investimentos.

Assim sendo, foi possível a criação da unidade de produção das míticas máquinas de costura Oliva, que lideraram o mercado nacional durante mais de 30 anos, batendo a sua grande concorrente internacional Singer. Isto pode ser explicado pelo acessível preço de venda das máquinas de costura Oliva. Mas ainda mais importante foi a estratégia publicitária genial que a empresa pôs em prática: a Oliva tinha diversos pontos de venda exclusivos pelo país, organizava cursos de costura para domésticas, desenvolvia concursos de vestidos de chita…

A empresa continuou, portanto, a crescer, sendo que os grandes beneficiados viriam a ser os trabalhadores da empresa. A gestão da empresa considerava fundamental a valorização dos trabalhadores para os manter produtivos. Assim sendo, os funcionários desta empresa beneficiavam de um rendimento acima da média e, para além disso, tinham direito a uma biblioteca e posto médico, a colónias de férias e festas de natal para os seus filhos, a uma cooperativa de consumo, entre outras regalias. Foram os “anos de glória” da Oliva (1954 – 1969), em que a fábrica empregava cerca de 3000 trabalhadores.

A decadência e a morte da Oliva:
No entanto, a solidez desta empresa foi quebrada quando, em 1969, a ITT (empresa americana) adquiriu todo o capital da Oliva, mudando a sua direcção e estratégia. Isto provocou uma forte instabilidade na empresa, que foi agravada posteriormente pelos acontecimentos políticos que o país viveu na década de 1970.
Estes problemas continuaram na década seguinte, em que os novos gestores da empresa se revelaram incapazes de delinear um novo rumo para a fábrica, já que não possuíam as habilitações necessárias para exercer o cargo que ocupavam. A década de 90 também não foi melhor, pois os novos projectos que surgiram não tiveram sucesso, devido à falta de capital na empresa.
O século XXI foi ainda pior: a empresa mudou de nome duas vezes, de Oliva para “Novolivacast” e depois para “Oliva 1925”, foi adquirida pelo grupo Suberus e vendeu a sua unidade de produção de torneiras. Tudo tentativas fracassadas de salvação da empresa, que a levaram a um processo de insolvência.
Neste processo ainda surgiu a hipótese de viabilização da empresa, possível se surgisse um investidor disposto a investir 2,6 milhões de euros na empresa. Mesmo com todos os problemas da empresa, o administrador da insolvência garantiu que este investimento seria facilmente recuperado em pouco tempo. Porém, a proposta que viria a vencer a votação seria a de liquidação da empresa, que deixou, em Abril de 2010, 184 trabalhadores no desemprego.
A “Oliva Creative Factory”:

Apesar da liquidação da “Oliva 1925”, a autarquia de SJM está empenhada em não deixar morrer o nome Oliva, através do projecto “Oliva Creative Factory”. Projecto através do qual “a Oliva continuará a ser uma fábrica. Já não de tubos, torneiras ou banheiras. Mas uma fábrica de criação” (Castro Almeida, presidente da Câmara Municipal de SJM).

Para isso, será feito um investimento de 9,2 milhões de euros que visa a criação de uma incubadora de indústrias criativas e de um centro de arte contemporânea, no espaço que outrora foi a “zona 2” da fundição Oliva. A Creative Factory será um espaço destinado a todos os que queiram criar empresas no sector criativo, em áreas como as artes plásticas, o teatro, a música, o design e a moda. Para apoiar devidamente estas empresas, o município sanjoanense prevê instalar nesta estrutura diversos espaços, onde os negócios criativos se poderão estabelecer e maturar, pois terão disponíveis nessa mesma estrutura os equipamentos (estúdios, oficinas, residências…) necessários à área das empresas da criação e da arte.

Importa também referir que a reconversão arquitectónica do espaço que outrora foi industrial será feita mantendo e respeitando as “presenças morfotipológicas caracterizadoras do ambiente fabril”, tendo em vista a preservação do valioso património dos edifícios da antiga Oliva.

 Na nossa opinião, estamos na presença de um excelente projecto, que poderá fazer com que o nome Oliva possa contribuir ainda muito mais para o crescimento da cidade. Esperemos que a obra comece no 1º semestre deste ano, tal como planeado, e que a nova Oliva seja um enorme sucesso!